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O Poder de Servir: Por que Ajudar o Outro Também Nos Cura

Quando decidi fazer o Caminho de Santiago, minha intenção era simples: silenciar a mente. Após uma intensa trilha até Machu Picchu, percebi o quanto meus pensamentos eram incessantes, barulhentos, e senti que precisava de mais tempo, mais presença, mais contato com a natureza para mergulhar no meu processo de autoconhecimento. Mas a maior lição que recebi no Caminho de Santiago não foi sobre o silêncio da mente. Foi sobre o som do coração.

Patricia Lim - Caminho de Santiago de Compostela (caminho Francês) 2018
Patricia Lim - Caminho de Santiago de Compostela (caminho Francês) 2018

Em 32 dias e mais de 800 km de caminhada, atravessei a Espanha começando no sul da França, encontrei algo que jamais poderia imaginar: um campo vivo de amor incondicional. Não importa sua idade, sua história, seu dinheiro ou sua profissão. Todos precisam caminhar. Todos acabam sentindo dor em algum (ou muitos) momentos. Mas todos se ajudam.


Apoiar um peregrino com um curativo, oferecer um bastão, dividir pares de meias, uma palavra amiga, carregar uma mochila, dividir um remédio ou caminhar ao lado de quem está quase desistindo. No Caminho, tudo isso é natural. Espontâneo. Genuíno. E profundamente humano.


A neurociência explica esse fenômeno. Estudos apontam que atos de generosidade e serviço ao próximo ativam circuitos cerebrais relacionados ao prazer, à conexão social e ao bem-estar. A produção de ocitocina aumenta, o cortisol (hormônio do estresse) diminui, o sistema imunológico se fortalece. Ajudar cura. Servir transforma. E quem se entrega ao amor incondicional também recebe cura em troca.


Mas não é apenas o corpo que se beneficia. Existe uma explicação energética também. O coração humano possui um campo eletromagnético 60 vezes mais potente que o do cérebro. Esse campo se expande ao nosso redor e muda de frequência de acordo com o que sentimos. Emoções como gratidão, amor e compaixão colocam o coração em estado de coerência, irradiando uma energia que afeta positivamente quem está por perto.


No Caminho de Santiago, eu experimentei essa coerência viva. Era quase palpável. As conexões eram tão profundas porque não vinham da mente. Vinham do coração. E por isso, continuam vivas dentro de mim até hoje.


No final, não é sobre chegar em Santiago. É sobre quem caminha com você. Quem estende a mão. Quem oferece amor. Quem te faz continuar mesmo quando você pensa em parar.


E você? Quem está caminhando ao seu lado?


Se essa pessoa é fonte de amor incondicional na sua jornada, agradeça hoje.

E lembre-se: cada passo que damos com o coração expande a luz do mundo.

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